Olivier Negri Filho

Escrevo este artigo com o coração apertado e a mente cheia de memórias amargas, mas com o espírito cheio de esperança ao compartilhar a importância do Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura, celebrado em 26 de junho. Mais do que uma data no calendário, esse dia é um lembrete sombrio das atrocidades cometidas contra seres humanos e um chamado urgente para a solidariedade e o combate contínuo.

A tortura é uma violação brutal e desumana dos direitos humanos. Durante os anos de chumbo, eu experimentei a brutalidade e o terror (relato um pouco dessa experiência em meu livro Trajetórias: uma história para ser contada). As marcas físicas podem desaparecer com o tempo, mas as cicatrizes emocionais permanecerão para sempre. Manter essa memória vívida me tornou mais forte para lutar, traçando minha trajetória política em prol do social e ajudando a evitar que ninguém mais tenha que passar por isso.

Não podemos permitir que a tortura seja normalizada ou esquecida, antes, devemos nos conscientizar que cada ato de tortura é uma violação dos princípios básicos de humanidade e dignidade. Este dia nos chama a atenção para a necessidade de políticas eficazes de prevenção e apoio as vítimas, com cuidados médicos, psicológicos e sociais. Precisamos de justiça, não apenas como um ato de reparação, mas como uma mensagem clara de que a tortura não será tolerada em nenhuma circunstância.

Neste dia, eu apelo a todos para que sejamos vigilantes, que cada um de nós seja um defensor dos direitos humanos, assumindo o compromisso não apenas nesse dia de lembrança, mas todos os dias.

Que este dia nos inspire a construir um mundo onde a dignidade humana seja respeitada e onde a tortura seja relegada ao passado sombrio da nossa história.

Um forte abraço.